quinta-feira, 24 de maio de 2018

Complexo Ferroviário Da Linha Auxiliar (PARTE 3)

Embora o pátio da estação de Miguel Pereira tenha sido o tema da publicação anterior, e necessário atualizar as recentes mudanças que estão sendo realizadas, definindo um novo rumo tanto para o pátio da estação, quanto para o centro da cidade.


Miguel Pereira teve a maior parte de suas árvores substituídas por palmeiras, a mudança radical tem uma boa intenção, entretanto destruiu os canteiros da passagem de nível e na extremidade da plataforma secundária da estação.


O canteiro localizado em frente ao antigo galpão da Rede Ferroviária existia desde os anos de 1980 sendo também um complemento de finalização da plataforma secundária. 



Com o passar dos anos algumas árvores, plantas e flores cresceram trazendo um pouco de cor e alegria embora os trens não passassem mais por aqui.







A linha entre a plataforma principal e a secundária era constantemente coberta por terra devido a alagamentos nesse ponto perto do canteiro. Quando foi feita a limpeza da terra acumulada para a substituição da via original eram visíveis as rachaduras na pequena construção, as raízes invadiram o concreto comprometendo as paredes laterais.





Recentemente foi realizada a poda das árvores, e logo em seguida a retirada das plantas menores, o que parecia ser apenas mais um serviço de limpeza municipal na verdade era o início de um novo conceito de paisagismo.


Apesar do vazio causado pela retirada das árvores e a demolição do canteiro, essa mudança irá impedir que a linha volte a ser obstruída pela terra após as chuvas e os frequentes alagamentos nesse ponto da cidade.



No centro de Miguel Pereira grande parte das árvores foram retiradas e uma trilha de buracos  foi deixada paralela a RJ-125, logo vieram as palmeiras para renovar a aparência da cidade, propondo uma paisagem mais moderna.



Embaixo de cada palmeira serão instalados holofotes para iluminar e otimizar a visão de quem passa pela cidade a noite. As palmeiras estão mais concentradas principalmente às margens da via permanente. 
















Nem o canteiro central da passagem de nível foi poupado, em seu lugar foram plantadas bromélias aos pés de quatro grande palmeiras. 






Infelizmente o que um dia foi o pátio da estação de Miguel Pereira de repente teve enormes buracos escavados para serem ocupados por palmeiras.






Se já não havia mais a possibilidade de recuperar a duplicação original em bitola métrica da via permanente quando o espaço estava livre, agora se tornou inviável a revitalização da ferrovia e principalmente do pátio.










A primeira impressão faz parecer que com essas obras só houveram perdas, mas aos poucos se vê que existem pontos positivos nessa mudança. Um exemplo disso e o calçamento para pedestres.



Quanto a ferrovia, finalmente a prefeitura está reconhecendo o valor da linha original em bitola métrica utilizada pela AFPF já que o projeto com a linha em bitola larga não apresenta qualquer sinal de que irá entrar em operação.



O que separa a "linha do passado" da "linha do presente" e a passagem de nível.



Por muitos anos a Associação Fluminense de Preservação Ferroviária preservou grande parte da antiga Linha Auxiliar, o trecho mais utilizado era entre Miguel e Portela já que os trilhos nas proximidades do canteiro eram constantemente cobertos por terra após as chuvas e impedindo o tráfego.



Aproveitando o serviço de terraplanagem para receber as palmeira, a linha em bitola métrica está sendo limpa para que o trem da AFPF possa rodar até onde conseguir.



O objetivo atual para os membros da AFPF e desobstruir a via permanente e reativar o que restou da chave do AMV (aparelho de mudança de via) e cerca de 5 metros de linha.



A segunda linha poderá ser utilizada para o recuo do auto de linha e da manobreira para poder inverter as posições a frente e atras das composições.



A secretaria de obras tem se mostrado solícita quanto a limpeza da linha, enquanto isso os membros da Associação e parceiros são voluntários em abrir caminho para que o pequeno trem possa rodar nos quilômetros que resistem sem invasões.




Talvez ainda haja esperança para a Linha Auxiliar; Ou pelo menos para parte dela.