Tudo começou em
1725 quando foi concluído o Caminho Novo, na Serra Da Estrela com o
objetivo de encurtar a viagem até Minas Gerais onde era feita a
extração de ouro e pedras preciosas. Para
alcançar esse caminho os viajantes pegavam uma embarcação marítima
na Praça XV (Rio De Janeiro), atravessavam a Baía De Guanabara e
subiam o rio inhomirim até o Porto da Estrela.
Depois seguiam a pé ou em lombo de burros para a Fazenda da Mandioca , local onde eram feitas paradas para descansar e cuidar dos animais antes de seguir viagem novamente; Dali partiam em direção ao Alto da Serra para chegar à sede da Fazenda do Córrego Seco, onde hoje e o centro de Petrópolis.
A princípio a ideia era construir uma estrada de ferro para ligar a província do Rio De Janeiro à província de Minas Gerais, passando por Petrópolis, Juiz De Fora, São João Del Rei, chegando ao rio São Francisco.
Mas o primeiro trecho deste grande projeto começaria no Porto de Mauá, no fundo da Baía de Guanabara, passando por Caiubá, Calufate, Inhomirim e Entroncamento (Piabetá), terminando em Fragoso perto da Raiz Da Serra. O engenheiro inglês Willian Bragge foi contratado para realizar o projeto de construção da estrada de ferro e dirigir as obras.
Assim surgiu a primeira ferrovia do Brasil: a Estrada De Ferro Mauá.
A Estrada De Ferro Mauá se estendia por 14,5km em bitola ibérica, a mais larga do Brasil; Todo o material usado para a construção da ferrovia foi trazido da Inglaterra, as pontes de madeira eram temporárias, até que as pontes de ferro estivessem prontas para substituir as construções provisórias.
Em 6 de setembro de 1853 aconteceu a primeira viagem de trem do Brasil, embora tenha sido experimental, percorreu cerca de 2 km assentados; Estavam presentes embaixadores, jornalistas e homens da alta sociedade como Irineu.
Uma barca fazia o transporte do porto de Pacobaíba ao Cais dos Mineiros, na Praça XV.
A viagem Rio De Janeiro - Petrópolis era feita da seguinte forma: começava no Largo da Prainha (atual Praça Mauá), onde se pegava uma barca a vapor que saía em direção ao Porto de Mauá em Magé. Depois na estação de Mauá (Guia de Pacobaíba), os viajantes embarcavam no trem e partiam para estação situada em Fragoso.
Embora esse trecho fosse pequeno, os problemas em abrir caminho foram grandes. Ocorreram desmoronamentos de terra por consequência de fortes chuvas, deslizamento de barreiras além das dificuldades em fixar trilhos e dormentes no terreno rochoso e inclinado.
A instabilidade do terreno rochoso dificultou severamente a construção dos viadutos.
Havia ainda a 2,40 quilômetros do início da viagem um ponto de desvio para o abastecimento da água das locomotivas.
As quatro primeiras locomotivas a circular na serra de Petrópolis para testes operacionais vieram da Suíça, com diferentes sistemas de funcionamento e recursos.
As primeiras locomotivas a vapor com cremalheira traziam a inscrição E. F. P. G. P. e possuíam sistema Riggenbach 4-2-4 (4 rodas piloto, 2 rodas dentadas e 4 rodas motrizes).
Outro modelo de locomotiva a vapor com cremalheira passou a ser bastante utilizada, tinha uma única roda dentada e 4 rodas de transporte.
Depois seguiam a pé ou em lombo de burros para a Fazenda da Mandioca , local onde eram feitas paradas para descansar e cuidar dos animais antes de seguir viagem novamente; Dali partiam em direção ao Alto da Serra para chegar à sede da Fazenda do Córrego Seco, onde hoje e o centro de Petrópolis.
O
trem chegou ao Brasil pela iniciativa de Irineu Evangelista De Souza,
que ganhou em 1852 a concessão para construir a primeira ferrovia do
país, e assim foi criada a Imperial
Companhia De Navegação a Vapor e Estrada De Ferro De Petrópolis.
A princípio a ideia era construir uma estrada de ferro para ligar a província do Rio De Janeiro à província de Minas Gerais, passando por Petrópolis, Juiz De Fora, São João Del Rei, chegando ao rio São Francisco.
Mas o primeiro trecho deste grande projeto começaria no Porto de Mauá, no fundo da Baía de Guanabara, passando por Caiubá, Calufate, Inhomirim e Entroncamento (Piabetá), terminando em Fragoso perto da Raiz Da Serra. O engenheiro inglês Willian Bragge foi contratado para realizar o projeto de construção da estrada de ferro e dirigir as obras.
Assim surgiu a primeira ferrovia do Brasil: a Estrada De Ferro Mauá.
Em
29 de agosto de 1852 foi realizada uma cerimônia na fazenda do
comendador Albino Siqueira, no distrito de Inhomirim na presença de
D. Pedro II, ministros e outras autoridades para dar início ao
trabalho de construção da ferrovia.
No
ponto inicial da linha férrea, Irineu entregou a D. Pedro II uma pá de
prata com cabo feito de jacarandá e um carrinho de obras, também de
jacarandá. Pediu então para que o monarca fizesse o primeiro corte no
solo da escavação necessária ao assentamento dos trilhos, e colocasse a
terra no carrinho; Após cavar três punhados de terra, o Imperador passou
a pá para que outras autoridades repetissem o gesto simbólico.
A Estrada De Ferro Mauá se estendia por 14,5km em bitola ibérica, a mais larga do Brasil; Todo o material usado para a construção da ferrovia foi trazido da Inglaterra, as pontes de madeira eram temporárias, até que as pontes de ferro estivessem prontas para substituir as construções provisórias.
Em 6 de setembro de 1853 aconteceu a primeira viagem de trem do Brasil, embora tenha sido experimental, percorreu cerca de 2 km assentados; Estavam presentes embaixadores, jornalistas e homens da alta sociedade como Irineu.
Em
30 de abril de 1854 foi realizada a viagem inaugural da locomotiva
Baronesa pela ferrovia, na presença de Dom Pedro II, sua esposa
Imperatriz Dona Teresa Cristina e os nobres mais próximos a realeza
além dos técnicos responsáveis pela ferrovia.
A
cerimônia de inauguração da Estrada De Ferro iniciou-se no porto
de Mauá, onde as três primeiras locomotivas da companhia foram
abençoadas pelo cônego Chaves que representou o bispo do Rio De
Janeiro.
Após a cerimônia, a comitiva imperial e demais autoridades presentes embarcaram no trem composto de uma locomotiva, do carro imperial, e de mais três carros de passageiros. A viagem até Fragoso foi feita em pouco mais de vinte minutos, atingindo a velocidade de 36km/h.
Após a cerimônia, a comitiva imperial e demais autoridades presentes embarcaram no trem composto de uma locomotiva, do carro imperial, e de mais três carros de passageiros. A viagem até Fragoso foi feita em pouco mais de vinte minutos, atingindo a velocidade de 36km/h.
Pelo
sucesso da estrada recém inaugurada, Irineu recebeu das mãos do
imperador o título de Barão De Mauá.
No
dia seguinte, 1º de maio, a estrada foi aberta para passageiros e
seis meses depois, em 1º de novembro, foi dado início ao transporte
de cargas. Logo foram estabelecidas as viagens regulares, de
passageiros, de cargas e mistas; A locomotiva Baronesa e os carros
especiais eram de uso exclusivo da família real.
Uma barca fazia o transporte do porto de Pacobaíba ao Cais dos Mineiros, na Praça XV.
A viagem Rio De Janeiro - Petrópolis era feita da seguinte forma: começava no Largo da Prainha (atual Praça Mauá), onde se pegava uma barca a vapor que saía em direção ao Porto de Mauá em Magé. Depois na estação de Mauá (Guia de Pacobaíba), os viajantes embarcavam no trem e partiam para estação situada em Fragoso.
Logo, seguiam até Petrópolis em carros de tração animal,
diligências utilizando a estrada normal da Serra Da Estrela. Estes
carros desciam de Petrópolis todos os dias e logo que o trem
chegava, subiam a serra novamente com passageiros.
Em
1856 um novo trecho foi inaugurado, permitindo que a viagem se
estendesse até Inhomirim na Raiz Da Serra, 16km a mais. Nessa época
a frota da Estrada De Ferro Mauá era composta por um Trem Imperial,
três carros (vagões) de primeira classe, dois de segunda classe
além de 70 vagões de modelos diversos.
O
plano de construir uma ferrovia que subisse a serra rumo a Petrópolis
foi interrompido por problemas econômicos e principalmente por causa
das limitações tecnológicas da época. Só foi possível chegar a
Petrópolis de trem trinta anos após a inauguração da primeira
parte da Estrada De Ferro Mauá.
Entre
1885 e 1868 , a estrada de ferro permitiu o transporte de 658.545
passageiros, 3.676.527 arrobas de produtos agrícolas incluindo café
e cana de açúcar. Porém, com a construção da Estrada De Ferro D.
Pedro II em 1858, a Estrada De Ferro Mauá passou a ter muitos
prejuízos sem qualquer garantia de retorno financeiro.
O
governo imperial garantiu a concessão para a construção de um
ramal entre a Vila de Inhomirim até São José do Vale do Rio Preto,
a empresa encarregada pela obra foi a Estrada De Ferro Príncipe Do
Grão Pará.
Em
agosto de 1881 foram iniciados os trabalhos da construção da
ferrovia que finalmente ligaria Rio De Janeiro à Petrópolis. Tendo
como engenheiros principais Joaquim Miguel Ricardo Lisboa e Marcelino
Ramos Da Silva.
Embora esse trecho fosse pequeno, os problemas em abrir caminho foram grandes. Ocorreram desmoronamentos de terra por consequência de fortes chuvas, deslizamento de barreiras além das dificuldades em fixar trilhos e dormentes no terreno rochoso e inclinado.
A instabilidade do terreno rochoso dificultou severamente a construção dos viadutos.
Enquanto o trabalho era concluído com sucesso em um determinado lugar, surgia um imprevisto que atrasava a entrega do trecho.
Apesar das adversidades, pouco a pouco a ferrovia era traçada entre as montanhas.
Para
a construção da estrada tiveram que ser feitos ao longo do caminho,
aterros, cortes nos morros, muros de arrimo, uma curva no formato de
ferradura, além de três pontes e dois viadutos importantes: as
pontes do Batista, da Pedra e do Caioba Mirim e os viadutos da Grota
Funda e do Bonini.
Havia ainda a 2,40 quilômetros do início da viagem um ponto de desvio para o abastecimento da água das locomotivas.
Em
19 de fevereiro de 1883, a Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará
foi inaugurada por D. Pedro II, tendo sido no dia seguinte, aberta ao
tráfego. Podia-se então fazer a viagem entre duas cidades: Rio De
Janeiro e Petrópolis em cerca de 1 hora e 55 minutos. Este tempo de
duração era contado a partir da saída realizada no Largo da
Prainha, no Rio de Janeiro, até a chegada à estação do Alto da
Serra em Petrópolis.
As primeiras locomotivas a vapor com cremalheira traziam a inscrição E. F. P. G. P. e possuíam sistema Riggenbach 4-2-4 (4 rodas piloto, 2 rodas dentadas e 4 rodas motrizes).
Outro modelo de locomotiva a vapor com cremalheira passou a ser bastante utilizada, tinha uma única roda dentada e 4 rodas de transporte.
A princesa Isabel que estava em Petrópolis desde o dia 10 de maio de 1888, foi a estação ferroviária na tarde de domingo dia 13 quando desceu de trem ao Rio de Janeiro para assinar a Lei Áurea e abolir definitivamente a escravidão no Brasil; Ao final do mesmo dia, voltou a Petrópolis onde foi recepcionada com festa, como mencionou em carta aos pais.
Às
seis horas e quarenta e cinco minutos da tarde do dia 13, ao chegar
na estação, a locomotiva apitou de forma estridente sob a luz de
fogos de artifício lançados em comemoração pela nobre atitude, a
princesa também recebeu flores de várias pessoas e famílias nobres
da época. O Brasil foi o 24º país a abolir a escravidão.
A
nova estrada partia da Vila Inhomirim, passava pelo Meio da Serra e
alcançava o Alto da Serra, percorrendo 6,028 quilômetros por cerca
de 25 minutos, depois outra locomotiva levava o trem de passageiros
até o Centro de Petrópolis.
Também
foram construídas estações de cargas e passageiros ao longo da
estrada. Do Rio de Janeiro até Petrópolis havia cerca de trinta
estações e pontos de paradas, sendo que no Centro de Petrópolis
existiam duas estações: uma de cargas, e outra de passageiros.
Na estação Alto Da Serra, havia oficinas aparelhadas para todos os
consertos, manutenções e reparos além de montagem e reforma em
locomotivas, e vagões.
As
estações ferroviárias eram muito importantes para o funcionamento
das estradas de ferro por servirem como bases de apoio, referência e
controle do tráfego. Entre as estações o trem percorria pontes e
viadutos de alta complexidade, e magníficos.
Além
da administração das vias e da venda de bilhetes, era nas estações
que as pessoas aguardavam os trens e onde as mercadorias eram
armazenadas para serem encaminhadas aos vagões.
A
importância das estações, no entanto, não se restringiam as
atividades ferroviárias; Muitas cidades se desenvolveram ao redor
delas, centralizando a vida da população e transformando esses
espaços em importantes marcos locais.
Hotéis,
restaurantes e todo tipo de comércio foram construídos nas
proximidades das estações, com o objetivo de atender aos viajantes
que estavam de passagem pela localidade e também aqueles que se
mudaram para Petrópolis onde haviam melhores oportunidades de
emprego e qualidade de vida.
Em
Petrópolis o Hotel Rio de Janeiro, que fora construído em frente a
estação no centro da cidade, atualmente nenhuma dessas construções
existem mais.
Estes
locais eram pontos de encontro para quem quisesse se informar dos
últimos acontecimentos. As pessoas costumavam obter notícias pelas
novidades contadas por passageiros ou através dos jornais que
chegavam nas estações.
Quando
estava em Petrópolis, D. Pedro II tinha por hábito passear pela
cidade e, à tarde, não dispensava a ida até a estação
ferroviária, onde se misturava com as pessoas que ficavam à espera
do "Trem dos Maridos", a composição que trazia de volta
os homens que desciam ao Rio de Janeiro para trabalhar durante o dia.
Era nesta mesma estação que o imperador costumava encontrar seus amigos da alta sociedade e os ilustres ferroviários que lá trabalhavam.
Era nesta mesma estação que o imperador costumava encontrar seus amigos da alta sociedade e os ilustres ferroviários que lá trabalhavam.
Para
subir a serra com locomotivas simples, foi testado o
sistema funicular, onde a tração de veículos sobre trilhos tem
auxílio de cabos para subir grandes inclinações. Mas logo chegou
ao Brasil o sistema de cremalheira que resolveu definitivamente os
problemas enfrentados por engenheiros e operários para alcançar
longas encostas.
Como
o percurso possuía um relevo acidentado, foi necessário usar um
sistema especial para o deslocamento das locomotivas. A cremalheira
era composta por um terceiro trilho com dentes por onde rodas também
dentadas sob a locomotiva se articulavam, além disso esse sistema
contava com freios manuais para uso em descidas e um especial que
atuava na transmissão da roda dentada para obter parada instantânea.
As
locomotivas a vapor que tinham o sistema de cremalheira, no entanto,
só eram utilizadas na subida e descida da serra. Do Porto De Mauá
até Inhomirim usavam-se locomotivas sem este sistema, como também
do Alto Da Serra até o Centro, em Petrópolis pois os terrenos
eram planos.
O
trajeto na serra de Petrópolis era feito por uma locomotiva e dois
carros de passageiros, na subida a locomotiva se
posicionava na parte traseira, empurrando os carros serra acima.
Na descida a locomotiva era posicionada à frente dos vagões, porém invertida; Dessa forma o trem se movia gradativamente, proporcionando maior estabilidade para os vagões.
Na descida a locomotiva era posicionada à frente dos vagões, porém invertida; Dessa forma o trem se movia gradativamente, proporcionando maior estabilidade para os vagões.
Cada
locomotiva em serviço pesava 16 toneladas, podendo alcançar a velocidade média de
12km/h, já os trens de carga tinham sua velocidade reduzida para 8km/h.
A
viagem pela Estrada De Ferro Príncipe Do Grão Pará era
deslumbrante; Os carros de passageiros ofereciam bastante conforto
aos viajantes, sempre mantendo a elegância e a sofisticação nos detalhes entalhados em madeira.
Havia assentos estofados para cinquenta pessoas, a estrutura inferior e o assoalho eram constituídos de pinho de riga e de madeira nacional, combinando a maior resistência com o menor peso possível, o interior tinha delicados acabamentos em madeira de carvalho.
Havia assentos estofados para cinquenta pessoas, a estrutura inferior e o assoalho eram constituídos de pinho de riga e de madeira nacional, combinando a maior resistência com o menor peso possível, o interior tinha delicados acabamentos em madeira de carvalho.
A
frota chegou a ser formada por dez carros de primeira classe com 360
lugares, quatro de segunda classe com 90 lugares, quatro vagões para
animais e bagagens, 25 vagões fechados e 20 abertos.
Em
maio de 1886, foi inaugurado o trecho que fazia o trajeto de
Petrópolis até Areal ao longo de 41 quilômetros de linha férrea.
Em novembro do mesmo ano, outro trecho foi aberto ao público, era possível sair do Centro de Petrópolis e chegar a São José do Vale do Rio Preto num percurso de 66 quilômetros, fazendo paradas nas estações de Cascatinha, Correias, Nogueira, Itaipava e Pedro do Rio.
Em novembro do mesmo ano, outro trecho foi aberto ao público, era possível sair do Centro de Petrópolis e chegar a São José do Vale do Rio Preto num percurso de 66 quilômetros, fazendo paradas nas estações de Cascatinha, Correias, Nogueira, Itaipava e Pedro do Rio.
Para
se chegar a São José do Vale do Rio Preto de trem, foram
construídos túneis e pontes a fim de estruturar toda a ferrovia.
Havia uma pequena ponte que dava acesso a um túnel bem estreito, ainda hoje e utilizado por quem sai do Centro, em Petrópolis, e quer se dirigir aos distritos da cidade, como Cascatinha e Itaipava.
Havia uma pequena ponte que dava acesso a um túnel bem estreito, ainda hoje e utilizado por quem sai do Centro, em Petrópolis, e quer se dirigir aos distritos da cidade, como Cascatinha e Itaipava.
São
José do Vale do Rio Preto era um lugar muito agradável e com o
prolongamento da estrada de ferro até esta região, D. Pedro II e
sua comitiva passaram a frequentar a Fazenda de Águas Claras, de
propriedade de Guilherme Souza Leite, o barão de Águas Claras,
importante cafeicultor e amigo do imperador.
Em
17 de novembro de 1888, a Estrada De Ferro Príncipe Do Grão Pará
foi comprada pela The Rio De Janeiro Railway Company, empresa que
trouxe melhoramentos para o serviço marítimo o qual atendia aos
passageiros no início do trajeto da viagem para Petrópolis. No
início do ano de 1889, foi introduzido nas barcas um restaurante
elegante e reservado.
Nessa
época, para manter à conveniência da maioria dos passageiros de
Petrópolis, principalmente daqueles que viajavam diariamente, a
barca saía às 4 horas da tarde, exceto domingos, quando a barca
partia pela manhã, às 7 horas.
Mas
novamente, em 1898, a estrada mudou de dono: desta vez foi adquirida
pela Leopoldina Railway Company que veio a transformar radicalmente
todos os serviços, porém, a Linha Grão Pará que fazia o trajeto
Rio - Petrópolis foi mantida, vindo a funcionar por muitos anos.
A
operação com as locomotivas acontecia da seguinte forma: em Vila
Inhomirim o trem era dividido em seções. As locomotivas
cremalheiras empurravam cada uma, dois carros serra acima.
Na época a frota era composta de 21 locomotivas que já ostentam as iniciais "L. R." da Leopoldina Railway. A distância de uma seção do trem até a próxima era pequena e a sinalização era visual. Na entrada do primeiro carro (vagão) ficava o condutor que sinalizava manualmente ao maquinista que se encontrava atrás da locomotiva.
No meio da serra os desvios para baixo encaminhavam-se para a fábrica de tecidos Cometa que possuía um ramal particular.
Na época a frota era composta de 21 locomotivas que já ostentam as iniciais "L. R." da Leopoldina Railway. A distância de uma seção do trem até a próxima era pequena e a sinalização era visual. Na entrada do primeiro carro (vagão) ficava o condutor que sinalizava manualmente ao maquinista que se encontrava atrás da locomotiva.
No meio da serra os desvios para baixo encaminhavam-se para a fábrica de tecidos Cometa que possuía um ramal particular.
O
controle de tráfego autorizava as seções dos trens a trafegarem em
comboio, havia um único pátio de cruzamento no Meio Da Serra;
Quando se chegava no Alto Da Serra era realizada uma manobra com
passageiros a bordo (que hoje em dia não seria permitido), as
locomotivas empurravam os vagões fazendo com que eles fossem para
linha principal, enquanto a locomotiva cremalheira se deslocava para
o desvio de onde partiria.
Parte
das locomotivas que operavam no Brasil nem sempre chegavam já
prontas, algumas eram finalizadas aqui mesmo sobre os trilhos da
ferrovia na qual iriam trafegar.
Ao ficarem prontas recebiam um número de série que correspondia a sua identificação.
Ao ficarem prontas recebiam um número de série que correspondia a sua identificação.
As cremalheiras eram resistentes o suficiente para tracionar grandes volumes, tanto de passageiros quanto de cargas. Era possível levar uma carga de 28 toneladas em vagões de passageiros e 35 toneladas em vagões de carga.
A
Locomotiva a vapor é uma locomotiva propulsionada por um sistema a
vapor que compõe-se de duas partes principais: a caldeira,
produzindo o vapor usando a energia do combustível, e máquina
térmica, transformando a energia do vapor em força mecânica.
Uma locomotiva especialmente projetada para operar com sistema de cremalheira, funciona com um conjunto de rodas dentadas (sob a locomotiva e entre as rodas convencionais), se engata no trilho e permite que a composição consiga subir ou descer terrenos inclinados, ajudando na tração ou na frenagem da composição.
Uma locomotiva especialmente projetada para operar com sistema de cremalheira, funciona com um conjunto de rodas dentadas (sob a locomotiva e entre as rodas convencionais), se engata no trilho e permite que a composição consiga subir ou descer terrenos inclinados, ajudando na tração ou na frenagem da composição.
Os
telégrafos eram sistemas de comunicação a longa distância,
utilizando códigos para estabelecer transmissão de mensagens. O
telégrafo surgiu no Brasil em 1857 por iniciativa do Barão de Mauá,
logo o imperador d. Pedro II começou a contribuir para expansão, a
primeira linha telegráfica brasileira possuía 50 km de extensão e
ligou o Rio de Janeiro a Petrópolis a partir de 1857.
Primeiramente
o telégrafo se desenvolveu para suprir a necessidade de novos meios
de sinalização instantânea nas linhas férreas, para garantir
maior segurança no transporte.
Esse
sistema interligava várias estações ao longo das ferrovias para
manter a comunicação e o controle das composições.
Mais
uma vez o percurso da viagem de trem entre o Rio de Janeiro e
Petrópolis foi reduzido; Com a ligação da estação de Piabetá ao
Rio de Janeiro por linha férrea da Leopoldina Railway Company, o
transporte pela baía foi sendo cada vez menos utilizado, deixando
consequentemente pouca movimentação na estação e no porto de
Mauá.
Com
a inauguração da estação Barão De Mauá, em São
Cristóvão, um trem expresso partia direto para Vila Inhomirim, em
uma hora percorria 49 quilômetros.
Em seguida o trem subia até o Alto da Serra, 6 quilômetros em meia hora, dessa forma a viagem passou a ser feita em aproximadamente 1 hora e meia.
Em seguida o trem subia até o Alto da Serra, 6 quilômetros em meia hora, dessa forma a viagem passou a ser feita em aproximadamente 1 hora e meia.
Em
19 de fevereiro de 1993, foi realizada uma grande celebração pelos
50 anos da chegada do trem a Petrópolis.
Para
divulgar a viagem de trem entre o Rio e Petrópolis, a Estrada de
Ferro Leopoldina, lançou um bonito cartaz publicado na Revista das
Estradas de Ferro, em 1937.
Infelizmente,
após o ano de 1945 a ferrovia começou a entrar em declínio. As
estradas de rodagem facilitaram o uso dos ônibus e carros além dos
caminhões de carga.
O
presidente Washington Luís, que governou o Brasil de 1926 até 1930,
incrementou a construção de estradas de rodagem por todo o país,
sendo responsável pela abertura daquela que mudaria o perfil da
cidade de Petrópolis: a Rodovia Washington Luís.
Inaugurada em 1928, a nova estrada ligava o Rio De Janeiro a Petrópolis, passando por Duque de Caxias. No Percurso podiam-se ver acostamentos com canteiros, mesas e bancos de pedras para pequenas paradas durante a viagem pela região serrana do Rio de Janeiro.
Inaugurada em 1928, a nova estrada ligava o Rio De Janeiro a Petrópolis, passando por Duque de Caxias. No Percurso podiam-se ver acostamentos com canteiros, mesas e bancos de pedras para pequenas paradas durante a viagem pela região serrana do Rio de Janeiro.
O
governo, além do mais não deu autorização para que se aumentasse
o preço das tarifas da ferrovia o suficiente para cobrir seus
custos, dificultando a manutenção da estrada. Os problemas foram
aumentando e a ferrovia teve que acrescentar 10 minutos ao tempo de
percurso no trecho da subida da serra, provocando atrasos nos
horários dos trens.
E
a tradicional composição do "trem dos maridos" foi
substituída pelos ônibus nos primeiros horários da manhã, quando
executivos embarcavam para trabalhar no Rio.
A
partir de 1957, com a criação da Rede Ferroviária Federal
Sociedade Anônima (RFFSA) pelo governo federal, as ferrovias
passaram a ter uma única administração. Houve então a decisão de
acabar com as linhas férreas que davam prejuízo e incentivar as
estradas de rodagem, estimulando a implantação de fábricas de
automóveis. Dessa forma, a RFFSA veio a encerrar a Linha Príncipe
do Grão Pará em 5 de novembro de 1964 por ordem do governo militar.
Por
aproximadamente um século e meio, as ferrovias formaram o maior
sistema de transportes no Brasil, os trens se tornaram parte do
contexto social, foi através das ferrovias que se desenvolveram as
cidades que dependiam dos trens por vários motivos. A interação
entre os trens e as pessoas era tanto que costumava-se usar os
horários dos tens como referência de que horas eram.
Até
mesmo o soar dos sinos possuía significados conhecidos por todos que
moravam ou trabalhavam nas redondezas, além dos sinos das
locomotivas que anunciavam a aproximação do trem, os sinos nas
estações também possuíam seus significados.
1
toque: Quando havia algum trem na estação, significava a partida do
mesmo; Se a estação estivesse vazia, esse toque era para indicar
que o guarda estava sendo chamado.
2
toques: Informavam sobre a partida do trem localizado na estação.
3
toques: Indicavam a partida do trem que seguia especificamente para
um ramal próximo.
No
livro "Memorial de Aires" de Machado de Assis, o escritor
através do personagem principal relata sobre a viagem de trem a
Petrópolis:
"...Sábado,
ao sair a barca da Prainha, dei com o desembargador Campos a bordo, e
foi um bom encontro, porque daí a pouco o meu mau humor cedia, e
cheguei a Mauá já meio curado. Na estação de Petrópolis estava
restabelecido inteiramente..."
"...O
trem leva a gente até a própria estação de Petrópolis. E mais
lembrava as paradas, aqui para beber café, ali para beber água na
fonte célebre, e finalmente a vista do alto da serra,onde os
elegantes de Petrópolis aguardavam a gente e acompanhavam nos seus
carros e cavalos até a cidade; Alguns dos passageiros de baixo
passavam ali mesmo para os carros onde as famílias esperavam por
eles..."
"...Campos
continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer
e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa..."
Além
de proporcionar viagens agradáveis, o trem teve extrema importância
para o desenvolvimento do turismo em toda a região serrana do estado
do Rio De Janeiro.
Ao
longo da história dessa ferrovia, as estações também necessitaram
ser recuperadas, pois as construções não estavam sendo utilizadas
e infelizmente algumas foram parcialmente destruídas ou ocupadas
pela população.
Durante
a fase de administração da ferrovia pela Leopoldina, a estação do
centro de Petrópolis foi completamente reformada; Embora a ideia de
construir uma estação mais moderna fosse boa para a cidade, começava a destruição da ferrovia.
A
propósito, o descaso com a ferrovia ocasionou a demolição total da
antiga estação de Petrópolis e dar lugar a uma rodoviária, atual
Terminal Rodoviário Governador Leonel Brizola, um terminal de
integração de algumas linhas que circulam por Petrópolis.
Com
a extinção definitiva da ferrovia, a estação do Alto da Serra foi
substituída por um condomínio residencial, já a estação de
cargas passou a abrigar imóveis de administração municipal, e onde
haviam trilhos hoje existe apenas asfalto e construções que
invadiram o que um dia foi a margem da tão sonhada ferrovia Rio -
Petrópolis.
Demolição
da nova estação ferroviária de Petrópolis, para a construção da
primeira estação rodoviária. Posteriormente transformada em
terminal rodoviário.
Em
1957 a L.R. passou para o controle da RFFSA. Desta data até a sua
erradicação em 1964 pouca coisa mudou na operação, continuando o
trecho da serra sendo operado da mesma forma que em 1883.
Muito bom esse material. Gostei das fotos porque tinha umas que eu ainda não tinha visto!
ResponderExcluirObrigado, a maior parte das imagens faz parte do acervo do Museu Imperial De Petrópolis.
ExcluirExcelente documentário!! Parabéns!!
ResponderExcluirMuito obrigado.
ExcluirPARABENS ! Grata pelo seu trabalho
ResponderExcluirObrigado.
Excluiro trabalho é magnífico. parabéns, muitas congratulações.
ResponderExcluirObrigado, fico feliz por contribuir com aquilo que aprendo e busco sempre aprender algo novo.
ExcluirParabéns, muito bem feito. Devia fazer parte do currículo das escolas da região .... quem sabe se assim teríamos uma geração com mais amor pela preservação do passado .
ResponderExcluirMuito obrigado, e preciso lembrar que as ferrovias sempre foram de grande importância para o desenvolvimento do Brasil.
ExcluirParabéns pelo artigo, muito bom!!!
ResponderExcluirMuito obrigado
ExcluirExcelente trabalho.
ResponderExcluirSou saudosista, era uma bela época.
Norberto Bastos
Sim, bons tempos! Obrigado pela visita.
ExcluirFico feliz em ver não só as fotos como tbm o documentário por completo e dizer q vc está de parabéns. Residente do Meio da Serra
ResponderExcluirMuito obrigado! E uma grande recompensa receber esse carinho dos visitantes do Blog.
ExcluirExcelente apresentação, boas explicações!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirMuito Obrigado!
ExcluirSempre pesquiso sobre essa tema e só aqui encontrei um rico material
ResponderExcluirInfelizmente pouco se fala sobre a Estrada De Ferro Príncipe Do Grão Pará, entretanto essa ferrovia revolucionou a tecnologia da época ao utilizar o sistema de cremalheira. Fico feliz em oferecer um bom trabalho.
ExcluirQuase nada foi preservado ! Triste país sem memória!!
ResponderExcluirRealmente e lamentável, hoje os trechos da ferrovia que não foram urbanizados, fazem parte de áreas de mata fechada.
ExcluirTambém estudo sobre a ferrovia na Baixada Fluminense. Parabéns pelo seu trabalho!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, me auxiliou num parecer do Iphan.
ResponderExcluirMuito obrigado por visitar o Blog, fico feliz em poder contribuir.
ExcluirUma pergunta que eu gostaria de saber, o túnel que sai da ponte de ferro no Itamarati, sai onde no centro de Petrópolis ou se não for no centro, em que bairro?
ResponderExcluirSó esclarecendo que não estou falando do túnel do Quissamã.
Olá, obrigado por visitar o Blog! O túnel ao qual se refere está localizado no bairro Itamaraty, e apesar de estar fechado, saía no bairro Cascatinha.
ExcluirPovo sem passado, povo sem história. Um passeio ferroviário tão belo, cheio de vida não podia ter sido abandonado. Quem sabe um dia, volta o turismo por esse trecho com a iniciativa privada investindo na EFPGP. Parabéns pela iniciativa de nos trazer fotos e informações sobre esta ferrovia.
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog. O desejo de todos nós entusiastas ferroviários e que um dia o Trem volte a ser protagonista no desenvolvimento do nosso país.
ExcluirParabéns pelo artigo! muito importante ter a história viva, sucesso e felicidades!
ResponderExcluirObrigado pela visita, em breve vou fazer outra postagem sobre a ferrovia em Petrópolis.
ExcluirÉ muito bom visitar o passado. Entender a história. Eu queria muito ter vivido essa época.
ResponderExcluirFico feliz por sua visita, em breve falarei um pouco mais sobre Petrópolis.
ExcluirUm trabalho denso de grande qualidade
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog.
ExcluirGostei muito parabéns
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog.
ExcluirExcelente trabalho de pesquisa, parabéns! Ando fazendo um blog com algumas histórias da família Araújo Ramos, e boa parte dela passa pelos trilhos da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará. Esta postagem tem tudo a ver, ainda que ainda não a tenha citado, mas certamente o farei. Na outra via, por acaso, tenho um registro que até pode caber aqui, se me permite minimamente colaborar. É uma foto da revista Fon-Fon, que publico nesta postagem: https://araujoramos.blogspot.com/2021/02/5-bisavos-clavery-e-o-sumico-da-fazenda.html Mais uma vez, parabéns pelo belo e útil trabalho! Abraços.
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog, fico feliz em compartilhar e contribuir na preservação histórica.
ExcluirExcelente trabalho de pesquisa. Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog
ExcluirExcelente material, creiamos que possa reativar esse trecho com o novo plano de mobilidade, espero que saia do papel.
ResponderExcluirMuito obrigado, em breve será postada uma publicação exclusiva sobre o projeto de reativação da linha na serra de Petrópolis.
ExcluirSou um visitante frequente deste blog, pois é um assunto que muito me interessa. Mais uma vez parabéns pelo trabalho exaustivo de pesquisa
ResponderExcluirParabéns! Seu trabalho é excepcional e me emocionou muito, já que meu avô Elyah Robinson, engenheiro inglês veio para o Brasil contratado para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Grão Pará. Casou-se com a escocesa Isabella Taylor Small e foram morar na Raiz da Serra, onde nasceram seus cinco filhos. Em 1881 ele construiu com peças vindas da Inglaterra uma miniatura de uma locomotiva que continua na família, até os dias de hoje. Após a inauguração da Estrada de Ferro Grão Pará em 1883, ele mudou-se para Niterói ( Gragoatá) e foi trabalhar no Lloyd Brasileiro participando da construção do navio S. Salvador, lançado ao mar em 1891. Meu pai, Charles Aston Robinson nasceu em 1876 e era filho de Elyah e Isabella Robinson. Quando nasci em 1942, ele tnha 66 anos.
ResponderExcluirMeu nome é Isabella Maria Robinson Canedo e essa mensagem está sendo enviada através do Blog da minha filha.
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