sexta-feira, 4 de março de 2016

Entroncamento da Linha Auxiliar com o Ramal De Jacutinga



Com o povoamento da região de Vassouras em 1812, foi construída a Estrada Werneck a partir de Valença, atingindo o Caminho Novo e permitindo um seguimento que conectava o Rio De Janeiro a Minas Gerais. Esses dois estados investiram na criação e na abertura de outros caminhos e formas de comunicação mais rápidas.

Um decreto do príncipe regente D. João VI em 1816 ordenava a construção de uma nova estrada cruzando o rio Paraíba Do Sul, a estrada da polícia em Juparanã, em Valença, seguindo até Barão De Vassouras.


O Ramal De Jacutinga e a Linha Auxiliar

A pequena Linha Circular que antecedeu o Ramal De Jacutinga, era dividida em dois trechos isolados. O primeiro trecho, Ramal De Jacutinga ligava Barão de Vassouras à estação de Vassouras (Carril de Vassouras) aberto em 1871.


Em 1880, foi prolongado até Rio Preto; O segundo trecho ligava Desengano (Juparanã) à Valença (União Valenciana).

Entre os anos de 1914 e 1918 os trechos existentes por onde corriam apenas automotrizes, foram encampados pela E.F.C.B possibilitando a ligação com o ramal de Governador Portela a Vassouras e à linha do Centro em Barão de Vassouras onde foi colocado o terceiro trilho para bitola métrica entre esta estação e Desengano (Barão de Juparanã) e dali seguia por Valença até Jacutinga.


Os veículos automotrizes interligavam os dois pequenos ramais para completar um percurso maior, era necessário fazer baldeações. 

A partir do final dos anos 1920, começaram a ser utilizadas litorinas com motores AEG alemães para fazer este percurso que, em determinadas épocas (1940 à 1960) chegou a ir até Barão de Juparanã, chegou também a ter até dez horários diários nessa linha.


A Central utilizou os leitos dos antigos Carris Vassourenses e da União Valenciana, que percorriam partes do trecho do ramal desde o século XIX. Este sistema foi desativado e os veículos desapareceram por volta de 1960.

Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar; Outras Ferrovias foram incorporadas assim como os ramais já construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central.


Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina.


 E assim teve origem o ramal de Jacutinga aberto em 1918, entre Governador Portela, na Linha Auxiliar, e Santa Rita de Jacutinga, onde encontrava a Linha da Barra, da E.F. Oeste de Minas, depois RMV (Rede Mineira de Viação).

Passavam ainda pela linha os trens cargueiros que faziam o trecho Governador Portela - Santa Rita do Jacutinga, com mais horários adicionais aos subúrbios em si. Apesar das grandes locomotivas a vapor dominarem este ramal, também haviam automotrizes do mesmo tipo fazendo o trecho de Governador Portela a Vassouras. 


Segundo relatos os trens de carga e os trens mistos rodaram normalmente no ramal de Jacutinga até a erradicação dos trens de passageiros em 1970.

Entre 1963 e 1965 a linha foi cortada em duas, a RFFSA deu o trecho entre Portela e Vassouras para a Leopoldina, e manteve com a Central a linha entre Juparanã e Jacutinga. Ambos seguiram circulando até 1970.


O fim do trem de passageiros e também dos cargueiros representou um baque para a região, ainda na época dependente demais do trem e sem estradas decentes. Depois de desativados em 1970, a linha foi erradicada em 1972. Os trilhos foram retirados.

O leito da linha, que em Juparanã deixava a bitola mista e seguia no sentido de Valença em bitola simples e métrica no meio de coisa alguma, hoje transformado em simples estradinha precária de terra sem trilhos ou vestígios.

Os únicos trens que operam naquela região são os cargueiros da MRS Logística que utilizam a Linha Do Centro a passam pelas estações de Barão De Vassouras e Barão De Juparanã.


O pátio passou a ser ocupado por cargueiros que passam algumas vezes por dia entre o Rio e Minas Gerais, e com diversos vagões estacionados nos seus longos desvios.

 
No trecho de bitola larga pertencente a Linha Do Centro não há paradas nas antigas estações que aliás, estão em condições precárias e não possuem nenhuma finalidade ultimamente.

4 comentários:

  1. Muitas saudades ! Tempos que não voltam mais. Almyr - Brasilia Df 2017

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    1. Obrigado pela visita! Em breve postarei novo conteúdo sobre a formação do Ramal De Jacutinga e seus entroncamentos.

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