quarta-feira, 23 de março de 2016

Patrimônio Ferroviário Da Linha Auxiliar



Na plataforma da estação de Governador Portela, uma velha inscrição passa quase despercebida embora carregue tantas histórias...


O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. 




No antigo Ramal da Linha Auxiliar, foram deixados para trás grandes pontes de ferro produzidas nas "Oficinas De Pontes - Governador Portela" e ao longo da ferrovia, ficaram vagões diversos, auto de linha, locomotiva de manobras, entre outros objetos.


No distrito de Avelar em Paty Do Alferes, poucos metros a frente da antiga estação, ficaram estacionados 3 vagões prancha de bitola métrica, com engates e sistemas de freios aparentemente funcionando.






A vegetação quase sempre dominava os velhos vagões, mas eles sempre estavam lá, como parte da história, como patrimônio, etc. 


A maior parte do material rodante que fazia parte da frota ferroviária deste ramal, tinham como origem a Companhia Industrial Santa Matilde.




Infelizmente numa tarde, em agosto de 2015, três carretas Muck chegaram sem qualquer tipo de identificação com homens sem uniforme que simplesmente desmontaram os eixos dos 3 vagões prancha, os colocaram empilhados levando-os embora em plena luz do dia.







Não houve da parte de ninguém qualquer explicação, satisfação ou consideração sobre o ocorrido, esses vagões aparentemente abandonados pertencem a Inventariança da extinta Rede Ferroviária Federal S.A.


No distrito de Governador Portela em Miguel Pereira, após a desativação do ramal 7 vagões prancha foram deixados no antigo pátio da estação, todos em perfeito estado, com eixos, engates e freios aparentemente conservados além da estrutura intacta.

   





Com a desativação da Oficina De Pontes, muitas acabaram sendo colocadas como "carga" dos vagões ali parados; Os galpões foram derrubados, e então restou para as pontes maiores ficarem ao relento por todos estes anos.





Em Portela, outro vagão foi deixado no pátio da estação, porém este era para carga viva; Apesar da ferrugem, está em bom estado de conservação (levando-se em conta o fato do mesmo passar duas décadas sem qualquer cobertura e manutenção). 


Os eixos permanecem conservados pois não ficaram tão expostos quanto a carcaça do vagão que também e de bitola métrica. 



O assoalho provavelmente de madeira se desfez, mas a estrutura que o mantêm junto ao eixo está muito boa.




E interessante como todos os engates dos vagões ainda são articuláveis.




Além dos engates, um fato interessante e que o sistema de freio manual de alguns vagões permanecem funcionando, não há corrosão ou ferrugem, apenas precisa de lubrificação e talvez alguns ajustes básicos.






E possível que os vagões ainda possam funcionar apesar de certas limitações, certamente não servem mais como "cargueiros" entretanto podem compor um pequeno trem de exposição junto ao novo museu ferroviário que será inaugurado na estação de Portela.

O pequeno auto de linha foi o único material rodante que permanece em funcionamento.


E lamentável que mesmo com projetos de reativação de trechos da ferrovia estando em fase final, objetos que fazem parte deste ramal sejam retirados sem o conhecimento dos órgãos competentes. Se fossem agrupados os 3 vagões prancha de Avelar, com os 7 vagões pranchas de Portela, e o vagão de carga viva que também está em Portela, a Linha Auxiliar apesar de estar desativada, contaria com uma frota de 11 vagões, uma locomotiva de manobras, 2 pequenos vagões e um auto de linha.



 A pequena composição fazia pequenas viagens aos finais de semana, mantendo o material rodante em funcionamento e proporcionando uma forma de lazer aos turistas e moradores.


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