sábado, 4 de novembro de 2017

Resgatando as Origens

Paty Do Alferes, a "terra do tomate", cresceu graças a produção das lavouras que deu origem a feira no centro da cidade, ali ao lado da estação onde eram feitas as negociações e a triagem dos produtos que deviam seguir de trem e os que precisavam ser transportados por caminhões.


Em 1965 a estação ferroviária era o centro de distribuição de cargas. O trem transportava o progresso; Fazendeiros e investidores estavam sempre presentes para negociações. O serviço postal dependia do transporte ferroviário assim como o transporte de animais.


Caixotes de madeira eram carregados e descarregados a todo instante na plataforma da estação, alguns seguiam de trem e outros de caminhão, o motivo disso era porque as lavouras ficavam dentro das fazendas, e essas longe das estações, portanto o trabalho dos caminhoneiros pelas estradas de terra eram de muita importância. 



A produção agrícola levou a formação do antigo Mercado Do Produtos em 1979, atual Cia Do Produtor no distrito de Arcozelo, em um local mais afastado da ferrovia que acabou por dar prioridade ao transporte em caminhões e caminhonetes.


O tempo mudou e os produtos passaram a ser negociados de forma mais eficiente e direta, e hoje não se vê mais a agitação diária e a interação entre produtores e consumidores. O trabalho dos agricultores e lavradores ainda garante grande parte da renda de muitas famílias, portanto ainda há dias mais movimentados e épocas mais produtivas.


A feira que acontecia no centro da cidade também sempre foi de grande importância para o desenvolvimento econômico da cidade que se emancipou em 1987. 


A feira no centro da cidade surgiu entre a década de 1950 e 1960 e lá se encontrava de tudo um pouco, era organizada nos arredores da estação e cada espaço era muito disputado. Embora enfrentasse momentos de crise, a feira nunca acabou.



Olhando para o passado e possível compreender o presente e trabalhar por um bom futuro. O antigo pórtico da cidade era em formato de tomate e representava uma limitação nas lavouras, passava a imagem de que apenas tomate podia ser cultivado, mas felizmente essa realidade mudou e os produtores mostraram que e possível sim renovar a agricultura.


No último dia 21 de Outubro foi inaugurada no centro da cidade a Feira Agroecológica. A proposta apresentada e oferecer aos moradores e visitantes, um cardápio variado de produtos até 100% orgânicos.


A feira tem como objetivo também gerar mais empregos e apresentar novos produtores com novas técnicas e uma visão mais ampla sobre o mercado. Diferente da feira tradicional, a Feira Agroecológica de Paty Do Alferes só funciona aos sábados, e os produtores são todos cadastrados na prefeitura.



Os feirantes mais antigos passaram a ficar um pouco mais afastados da estação, pois além de não fazerem parte da lista de cadastrados, possuem uma característica mais "ambulante" e por isso costumam andar de porta em porta nos comércios do centro oferecendo seu produtos cultivados de forma artesanal.


Mas ainda falta um elemento para compor o cenário nostálgico da nova Feira e da antiga estação: uma Maria Fumaça que pudesse trazer os passageiros para conhecer a cidade e os "bons ares" da região. Pois infelizmente o trem não apita mais nessa estação a 20 anos.


Em uma postagem anterior, o Blog Trem Da Serra Do Rio De Janeiro já afirmava a importância de um trem de passageiros para divulgar a região, mas uma Maria Fumaça em Paty seria a combinação perfeita entre passado e futuro, mesmo que por um pequeno trecho, um trem e sempre encantador.

A locomotiva 327 trafegou por bastante tempo na Linha Auxiliar mas foi transferida para Minas onde foi completamente restaurada pela ABPF que recuperou toda estrutura original e a deixou em condições operacionais novamente. 


Hoje ela traciona os vagões de um trem turístico entre São Lourenço e Soledade De Minas, e uma das atrações que complementam o passeio e chegar na feira de artesanato construída na praça ao lado da estação.

Em Soledade De Minas, assim como em Paty o que existe e um trecho com linha duplicada onde a locomotiva se desengata dos vagões e se posiciona atrás da composição puxando o trem de volta pelos 10 km. O trem e operado pela ABPF Associação Brasileira De Preservação Ferroviária que possui a locomotiva e os vagões.



Uma possibilidade interessante para testar a viabilidade de um projeto maior, seria melhorar as condições da linha férrea em bitola métrica entre Paty e Miguel Pereira.



A liberação da via férrea e a autorização da prefeitura pode permitir que o pequeno trem da A.F.P.F. (Associação Fluminense de Preservação Ferroviária), formado por uma locomotiva manobreira e seus vagonetes pudesse chegue até a estação de Paty Do Alferes.

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