A locomotiva N° 14145 mais conhecida por seu prefixo #210, foi a que chegou em melhores condições, e após alguns meses de espera ela finalmente foi colocada entre tapumes lado a lado da locomotiva #250 para que ambas sejam reformadas ao mesmo tempo.
Assim como a #220 e a #250, essa máquina também pertenceu a Estrada de Ferro Leopoldina mas durante sua passagem pelo Sesc Mineiro de Grussaí acabou recebendo a pintura em homenagem a outras ferrovias das quais nunca fez parte.
Fabricada em julho de 1894, essa locomotiva é um pouco mais antiga que a Linha Auxiliar inaugurada em 1897, mas nem por isso ela apresenta qualquer limitação de trabalho.
Ao que tudo indica, além de ser a locomotiva em melhor condições aparentes pode-se dizer o mesmo sobre sua funcionalidade.
Ainda não foi possível acender sua caldeira para testes operacionais, porém no momento em que a linha onde ela está foi prolongada ela pôde ser movimentada com ajuda de um trator sem problemas.
Suas rodas e braçagens também se encontram em boas condições, sem qualquer sinal de deterioração nas peças fundamentais para seu funcionamento.
O exterior da caldeira é a parte mais desgastada, com marcas de chuva e sol, alguns detalhes já tem indícios de ferrugem.
No interior da cabine o único problema é a poeira, fato que facilmente pode ser resolvido.
O tender (vagão que transporta água e lenha) atualmente trás as iniciais V.F.C.O. Viação Ferroviária Centro Oeste embora nunca tenha sido dessa ferrovia.
A primeira pintura homenageava a Estrada de Ferro Paracatu, outra ferrovia sem qualquer relação com essa locomotiva.
Agora as locomotivas #210 e #250 estão lado a lado na estação de Governador Portela protegidas por tapumes aguardando a restauração que deve começar em breve para acompanhar as obras na ferrovia com a conclusão prevista para o dia 29 de outubro.
Atualização 09 de setembro de 2022
No dia de hoje as locomotivas começaram a ser preparadas para a restauração.
Atualização 16 de setembro de 2022
Nessa semana a reforma da locomotiva #210 teve início efetivamente, o primeiro passo foi dado e toda a pintura começou a ser removida.
A locomotiva chegou em boas condições mas o fato de ficar em exposição ao tempo já estava causando pequenos danos.
A chaminé é acoplada à caixa de fumaça, esse primeiro compartimento entre a frente da máquina e a caldeira.
As braçagens são responsáveis pelo movimento das rodas, por isso merecem um cuidado especial, quase toda tinta vermelha foi removida para que seja feita a manutenção, lubrificação e depois a nova pintura.
Sem o tom de preto fosco, a cor natural da caldeira vai se revelando junto ao brilho das faixas de cobre.
Devido o mal tempo, os trabalhos externos são limitados, mas os profissionais permanecem cuidando do interior da locomotiva e do tender.
Atualização 23 de setembro de 2022
As camadas mais grossas de tinta estão saindo e revelando uma bela máquina de aço.
Os detalhes em cobre ainda serão polidos.
As rodas e braçagens também foram escovadas para remover a pintura verde, vermelha e branca.
Atualização 1 de outubro de 2022
Mesmo com o mal tempo, a locomotiva #210 a pintura já foi totalmente removida.
Os solventes usados para retirar a tinta acabam destacando os ponto de ferrugem, mas isso não indica que a locomotiva esteja em más condições, é apenas uma reação química.
Ver nossa bela "Maria Fumaça" assim dá uma informe tristeza, mas em breve ela estará tão bela quanto sua irmã #220 que foi a primeira a ser restaurada.
A parte das braçagens que movimentam as rodas podem parecer apenas um detalhe, porém qualquer interferência nesse mecanismo atrapalharia o desempenho da máquina quando acesa.
Sobre a caldeira temos o domo de liberação do vapor através do apito, o sino de bronze e o domo que através dos tubos laterais despejam areia entre as rodas.
Conectada a caixa de fumaça está a chaminé que ainda precisa de sua proteção, retirada para o transporte.
Atualização 7 de outubro de 2022
Nessa semana não há grandes novidades sobre a restauração das locomotivas, mas no caso da #210 o processo está mais adiantado pois agora se encontra totalmente limpa das camadas de pintura e a própria corrosão.
Olhar toda essas marcas de ferrugem pode parecer que há algum problema, porém se trata apenas de uma reação química em função dos produtos utilizados para limpar toda a estrutura.
As camadas de ferrugem mais grossas vão sair para que todo o mecanismo das braçagens e das rodas sejam lubrificados, ela será polida antes de receber o primer e posteriormente sua nova pintura que possivelmente será como a locomotiva #220 nos padrões da Leopoldina.
Atualização 14 de outubro de 2022
Finalmente a restauração da locomotiva #210 avançou desde a última atualização quando ainda estava com diversas marcas de ferrugem.
Sua nova pintura será como a locomotiva #220 tendo a cor preta como principal, detalhes em vermelho no limpa trilhos e rodas brancas.
Essa cor esverdeada vai dar lugar a um tom de cinza correspondente ao primer que antecede a cor preta final.
Atualização 21 de outubro de 2022
Após alguns meses de espera, o trabalho de restauração da nossa maior locomotiva finalmente está quase terminado.
A aplicação do primer evita que haja a deterioração por exposição ao tempo (já que ainda não há um depósito).
Desde sua enorme caldeira até os pistões e braçagens receberam todo cuidado e dedicação.
Ao lado da locomotiva #210 está a #250 já no mesmo estágio de restauração.
Sua cabine predominantemente feita de madeira foi lixada e também recebeu o primer antes da pintura final para manter sua conservação.
Detalhes como o sino, o apito e suas placas de identificação foram protegidos até todo processo de pintura ser concluído.
O mesmo cuidado com as locomotivas foi dado aos vagões tender que irão carregar a água e a lenha que são os combustíveis para essas máquinas centenárias.
Atualização 29 de outubro de 2022
Essa é a penúltima atualização sobre a restauração da locomotiva #210 que assim como a #250 está com a pintura quase finalizada.
Com a estrutura predominantemente preta e seu limpa trilhos vermelho, destacam-se também as rodas com aros brancos.
O sino, os apitos permanecem dourados assim como suas placas laterais que indicam a locomotiva como N° 14145 também fabricada pela Baldwin Locomotive Works, mas em julho de 1894. Nas laterais do farol vê-se o número 210 referente ao seu prefixo.
Sobre a caixa de fumaça fica a chaminé do tipo "balão", em seguida seu areieiro, o sino e um domo por onde parte do vapor é liberado através dos apitos.
Os controles da locomotiva #210 são um pouco diferentes da #250 e até mesmo de sua "irmã" fabricada também pela Baldwin na mesma época porém em lotes diferentes.
No lugar de uma grande alavanca, os movimentos da máquina para frente e para trás eram controlados através de uma roda ligada a uma haste rosqueada como um grande parafuso.
Embora a cabine da locomotiva não seja muito grande, seu tender tem uma boa capacidade de combustível.
Atualização 4 de novembro de 2022
Reforma concluída com sucesso.
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