A história das locomotivas #210 e #220 doadas a Miguel Pereira para compor o novo trem turístico é surpreendente. Começando pelo fato delas serem "irmãs gêmeas".
Ambas foram fabricada pela Baldwin Locomotive Works em 1894 e adquiridas no mesmo ano pela Estrada De Ferro Sorocabana em São Paulo.
No primeiro lote chegou a locomotiva N°14119 (atual 220), já a locomotiva N° 14145 (atual 210) foi adquirida no segundo lote. Ambas entraram em operação no ano de 1903.
Compradas pela Estrada De Ferro Leopoldina na década de 1950, as locomotivas N° 14119 e N° 14145 receberam respectivamente os prefixos #129 e #122.
A ficha técnica dessas locomotivas é a mesma: bitola métrica, modelo consolidation tipo (2-8-0), possuem 15,34m de comprimento (contando com o tender), 2,47m de largura, e 3,59m de altura, e utilizam lenha como combustível.
Na década de 1970 a E.F. Leopoldina que já dominava todas as linhas da região norte do estado do RJ começou a substituir suas máquinas a vapor por locomotivas a diesel, sendo assim a maior parte das locomotivas a vapor que recebiam baixa eram vendidas para usinas de cana na região operando em suas próprias linhas.
As locomotivas N° 14119 e N° 14145 (ex #129 e #122) foram compradas pela usina Barcelos no município de São João Da Barra.
A partir de 1998, o Sesc Mineiro de Grussaí começou a investir em uma nova atração, uma ferrovia particular com trens tracionados por "Maria Fumaça", a primeira a ser adquirida, reformada e colocada em operação foi a locomotiva N° 14119 que recebeu o prefixo 220.
Em 2009 a Usina Barcelos encerrou suas atividades, seus bens foram vendidos, no caso das locomotivas, cinco foram adquiridas pelo Sesc - Serviço Social do Comércio.
O destino dessas locomotivas foi o Sesc Grussaí, unidade localizada em São João da Barra - RJ, uma pousada com várias atrações temáticas que agora teria também uma pequena ferrovia como opção extra de lazer para seus hóspedes.
O destino dessas locomotivas foi o Sesc Grussaí, unidade localizada em São João da Barra - RJ, uma pousada com várias atrações temáticas que agora teria também uma pequena ferrovia como opção extra de lazer para seus hóspedes.
Bastou um pouco de cuidado e determinação para as locomotivas a vapor ficarem em perfeitas condições.
Além da nova numeração e pintura, cada locomotiva do Sesc homenageava uma importante ferrovia brasileira, inicialmente a "Maria Fumaça" 210 trazia em seu tender o nome da E.F. Paracatu. Após receber uma nova pintura a inscrição foi alterada para V.F.C.O em referência a Viação Férrea Oeste de Minas. É importante ressaltar que não há vinculo dessa locomotiva com a Estrada De Ferro Paracatu ou com a Viação Férrea Oeste de Minas.
E agora o município de Miguel Pereira tem mais essa preciosidade para poder reativar parte do trecho da Linha Auxiliar.
Os vagões usados no trem turístico do Sesc originalmente transportavam cana-de-açúcar mas logo foram convertidos em vagões diversos para atender a crescente demanda de viagens e outras atrações.
Apesar de seus 128 anos, a locomotiva #210 estava acostumada a tracionar até 15 vagões com passageiros.
Parabéns pela matéria, esclarece muita coisa sobre a história dessas máquinas.
ResponderExcluirObrigado por visitar o Blog
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