segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ramal Da Serra Do Rio De Janeiro


Em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro inglês Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava promover, a partir do Município da Corte (a então cidade do Rio de Janeiro), uma completa integração do território brasileiro sobre trilhos.

Foi então organizada a Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II, sob a direção de Christiano Benedicto Ottoni. O projeto mestre tinha como objetivo a construção de uma espécie de "espinha dorsal" entre o Rio de Janeiro e a estação de Belém em Japeri, que teria conexões com todas as regiões do Brasil através de ramais a serem construídos pela própria companhia, ou, por meio de outras ferrovias.

As obras começaram em 11 de junho de 1855 e, em 29 de março de 1858, foi inaugurada a seção que ligava a Estação Aclamação (na cidade do Rio de Janeiro) à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (atual Queimados), num total de 48,21 km.

Nessa época havia cinco estações: Campo (atual Central do Brasil), Engenho Novo, Cascadura (todas no Município da Corte), Maxambomba (atual Nova Iguaçu) e Queimados, na Província do Rio de Janeiro. Em 8 de novembro do mesmo ano, a estrada de ferro se estendeu até Belém (atual Japeri), no sopé da Serra do Mar.

Em 1860, foi concluído o Ramal de Macacos (atual Paracambi), a partir de Japeri, que era o ponto de partida para que a Estrada de Ferro D. Pedro II atravessasse a Serra do Mar. Em 12 de julho de 1863 os trilhos chegaram a Rodeio (atual Engenheiro Paulo de Frontin) e, no ano seguinte, à região fluminense do Vale do Paraíba. O primeiro trem de passageiros alcançou Barra do Piraí a 9 de agosto de 1864.

Após a conclusão da transposição da Serra do Mar, a linha se bifurcou, com a linha tronco, chamada Linha do Centro, seguindo na direção de Entre Rios (atual Três Rios) e tendo como destino a Província de Minas Gerais. O ramal, chamado Ramal de São Paulo, seguiu à margem direita do Rio Paraíba, até Porto de Cachoeira (atual Cachoeira Paulista), passando por Queluz, já na Província de São Paulo. Este trecho seria concluído em 1874, com as composições da Estrada de Ferro D. Pedro II alcançando a estação de Porto de Cachoeira em 20 de julho de 1875.

Em 1880, foi construído um pequeno ramal próximo à estação Dom Pedro II para atingir o Porto do Rio de Janeiro, com dois túneis e uma estação chamada Estação Marítima.

No decorrer do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil continuou sendo ampliada, especialmente com a incorporação de ramais já existentes. Contudo, algumas das estradas de ferro encampadas eram deficitárias, prejudicando muitas vezes os lucros alcançados nas linhas principais.

A Estrada de Ferro Central do Brasil que ia até Montes Claros chegou a Monte Azul, no norte de Minas Gerais, em 10 de setembro de 1947. A cidade ficava próxima à divisa do estado de Minas com o da Bahia. Em 1950, a Viação Férrea Federal do Leste Brasileiro, que se iniciava em Salvador, chegou até Monte Azul, ligando-se com a E. F. Central do Brasil.

 
Até o início da década de 90 a linha de bitola métrica se estendia em direção ao Rio de Janeiro, para permitir o acesso de seus trens ao Porto porém, esta ligação foi suprimida pela RFFSA e a linha de bitola métrica passou a ir somente até Japeri. Inutilizando um grande trecho deste ramal, apesar deste trecho estar concedido à FCA nunca foi utilizado pela concessionária.

 
Há um ponto onde tanto a Linha do Centro quanto a Linha Auxiliar trafegam misturadas. Neste ponto, os trens da MRS deixam de circular pela Linha Auxiliar e passam a circular na Linha do Centro, enquanto os trens da Supervia deixam de circular pela Linha do Centro e passam a circular pelo chamado Ramal de Paracambi. Aqui também a Linha Auxiliar deixa de ter bitola larga para passar a ter bitola métrica. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário