domingo, 30 de agosto de 2015

Trens Que Operaram No Ramal Da Linha Auxiliar


Após a inauguração das estações na Linha Auxiliar e mais todo trecho ferroviário que conectava Japeri RJ diretamente à cidade de Além Paraíba MG, em 1898, iniciaram as viagens regulares de trens de passageiros e de cargas por toda a região serrana. 


No auge do sucesso da ferrovia, eram muitos os carros de passageiros que trafegavam neste ramal.


 Por volta de 1930 os trens de passageiros tornaram-se "trens mistos" para atender as carências de transporte que só eram realizadas através de um único ramal. O progresso regional impulsionou grandes investimentos, um dos mais necessários foi a expansão da plataforma da estação de Paty Do Alferes e a duplicação da cobertura de toda a construção.
Entre as décadas de 1940 e 1950 os trens mistos foram divididos, e portanto haviam comboios distintos: uns para passageiros e outros para cargas. 

Em meados de 1950, havia um trem que fazia um percurso menor ligando Governador Portela até Avelar com 2 trens diários tracionados por uma locomotiva a vapor.

Algum tempo depois por motivos técnicos a composição que operava como transporte de passageiros entre Avelar e Governador Portela passou a ser tracionada por uma locomotiva diesel elétrica, que era mais eficiente e adequada as necessidades dos usuários.  
 
 Avelar (Paty Do Alferes)

Paty Do Alferes

Miguel Pereira

Governador Portela (Miguel Pereira)

Trem Na Serra


A estação de Paty Do Alferes reunia a maior feira da região, sua plataforma contava com um desdobramento da linha no outro lado da estação para descarregar vagões de carga, geralmente grãos, verduras, ração, cachaça e até mesmo animais como bezerros, porcos e aves em geral.

 
O trem era intermediário entre o centro da cidade e os bairros mais afastados, devido a isso a linha foi construída próxima a grandes propriedades, facilitando o transporte de mercadorias de maneira mais eficiente.


 Parte da linha original na baixada fluminense passou a transportar apenas trens de subúrbio, e parte foi abandonada ou transformada em linha de cargueiros.


Na década de 60 o percurso do trem de passageiros passou a ser feito em duas etapas: havia um trem que fazia o trajeto entre Avelar e Governador Portela, a partir daí uma auto motriz foi utilizada para operar entre Governador Portela e o pé da serra em Conrado. 
 

 Em decorrência da falta de manutenção, o comboio foi dispensado ficando estacionado no pátio das oficinas de Governador Portela que abrigava grande parte das composições em espera. 

A famosa "Maria Fumaça" sempre fez muito sucesso, e sempre esteve presente na história ferroviária da  serra do Rio De Janeiro, ela se foi mas deixou saudades...


Com a decadência da Rede Ferroviária Federal, todas as locomotivas a vapor que rodavam na linha auxiliar acabaram sendo transferidas para outros estados e encaminhadas para outros serviços.

Em 1963, com a desativação da linha de Petrópolis, a Leopoldina ficou com a Auxiliar e era por ela que seus trens subiam a serra em bitola métrica, para atingir Porto Novo e toda malha mineira. 
  
No início da década de 70 haviam trens cargueiros que transportavam minério utilizando este ramal, os vagões vazios ficavam principalmente em Governador Portela para manutenção ou em Avelar para triagem aguardando o próximo comboio.

O que manteve a atividade neste ramal por mais algum tempo foi essa utilização dos trens cargueiros. 
 


Ainda houve certo investimento para manter alguns trens operantes em parte da da serra e entre 1980 e 1990, mas não se obteve êxito. 




Por serem feitos de madeira os carros de passageiros (vagões) foram sendo dispensados aos poucos de longos percursos pois para a época começaram a serem considerados obsoletos.


Mas alguns dos vagões de madeira foram utilizados para formar o "Trem Da Serra", a primeira tentativa de trem turístico na região.


O Trem Da Serra parou de rodar mesmo neste pequeno percurso, e assim os vagões foram tirados de circulação.



Alguns anos depois os mesmos vagões sofreram alterações e formaram um novo trem turístico: o Trem Azul, que na realidade eram os mesmos vagões de madeira só que personalizados de acordo com este novo projeto.



Após a extinção dos trens de rodagem na Linha Auxiliar houveram algumas tentativas de reativar parte do ramal com duas implantações de trens turísticos, entretanto em 1995 o ramal foi definitivamente desativado. 



 Devido a extinção do ramal da Linha Auxiliar, todo material rodante foi tirado de circulação, exceto um Auto de Linha e um pequeno manobrador; Estes pequenos veículos patrulhavam a linha contra furtos, mas sem as devidas manutenções, trechos foram interditados e pouco a pouco o trem se calou... 


 
A pequena manobreira e o auto de linha foram preservados e resistiram ao tempo nesses 20 anos graças a dedicação de antigos ferroviários e membros da AFPF (associação fluminense de preservação ferroviária).



Lamentavelmente esses veículos "sobreviventes" foram vandalizados, incendiados, e por muito pouco quase destruídos; Mas apesar de tanta crueldade e covardia com parte da história ferroviária da Linha Auxiliar, os prejuízos puderam ser revertidos, e atualmente o material rodante que pertence a A.F.P.F está funcionando no trecho onde ainda há bitola métrica desde a estação de Miguel Pereira, até o "pontilhão" em Paty do Alferes.

 

6 comentários:

  1. Muito boa esta matéria, não podemos esquecer o Luiz Octávio Silva Oliveira que aparece na ultima foto e falecido recentemente. O troley após a manobreira foi doado a base por mim faz alguns anos. Kléber Nunes Ângelo

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  2. Gostaria se posssivel você colocasse créditos em fotos minha que estão no seu blog

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    1. Olá, peço desculpas se não foi citado os créditos autorais pois constantemente recebo as imagens sem muitas informações, vou verificar e corrigir essa falha.

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  3. Parabéns pelo blog, ótimas fotos que resgatam a memória ferroviária

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