segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

O Retorno da Locomotiva Manobreira Stolz

Podemos considerar um presente de fim de ano receber de volta a locomotiva Stolz aos trilhos de Miguel Pereira.

A Stolz é uma pequena locomotiva manobreira movida a diesel trazida para Miguel Pereira no final da década de 1990 através dos ex ferroviários Luiz Octávio e Adail Silveira, fundadores da AFPF (Associação Fluminense de Preservação Ferroviária). 

Na mesma época foi trazido também o Auto de Linha 101, e desde então os dois ajudavam a patrulhar a ferrovia recém desativada, e ver essa dupla rodando e resistindo a desativação da Linha Auxiliar se tornou comum.

Em 2015 o trecho de linha entre Miguel Pereira e Governador Portela foi alterado para bitola larga (1,60) forçando o pequeno trenzinho se retrair para perto das antigas casas dos engenheiros da Rede Ferroviária. 

Em 9 de abril de 2017 o Sr Luiz Octávio De Oliveira viajou pela última vez no trenzinho tracionado pela locomotiva que salvara vinte anos antes, na ocasião o Sr Adail Silveira como de costume fez as honras operando a máquina.

Nesse dia além de estar presente tive a oportunidade de registrar o Sr Luiz Octávio abastecendo a Stolz pela última vez. 

Quatro dias depois o incansável Luiz Octávio faleceu, deixando a missão de guardar a pequena locomotiva para o guerreiro Adail Silveira morador da região; E não passou um fim de semana sequer que a Stolz não estivesse com seu guardião, mas entre tantas obras faraônicas parecia não haver mais espaço para o trenzinho.

Quando os casarões foram transferidos para a prefeitura, mesmo recebendo uma nova pintura a Stolz e o Auto de Linha 101 foram proibidos de permanecer tão próximo dos novos empreendimentos que ali se organizavam. 

O Auto de Linha foi o primeiro a ser exilado, encontrando refúgio em Paraíba do Sul onde foi reformado e aguarda para a possível reativação do trecho turístico até Cavarú. 


Atualmente ele está reformado e se encontra na linha em bitola métrica na parte de trás da estação.

Já a Stolz foi despejada de maneira subliminar fazendo com que ela e seu vagonete recusasse cada vez mais em direção a Paty Do Alferes, apesar disso por onde passava a pequena locomotiva era acolhida por pessoas de todas as idades.

Numa manhã em março de 2022 ela foi levada embora sob ordem da diretoria da AFPF (Associação Fluminense de Preservação Ferroviária) deixando para trás seu vagonete e a tristeza de seu guardião que pensava ter sido roubado.

Após tomar conhecimento sobre a traição, não foi possível chegar a um acordo com a AFPF que alega ser única proprietária da locomotiva, vale lembrar que nenhum deles esteve debaixo de chuva ou de sol, no barro ou no asfalto fazendo manutenção ou limpando a linha férrea. Não há um dia sem que o senhor Adail não lamente estar longe do trem que cuidara há tanto tempo. 

Recentemente a AFPF ofereceu a Stolz para realizar testes na linha que está sendo reconstruída para o futuro trem turístico e felizmente ela chegou na última quinta feira 29 de dezembro de 2022.

A locomotiva Stolz permaneceu escondida na Fazenda Mato Alto localizada na zona oeste de Guaratiba.

Devolvida aos trilhos que ajudou preservar, a máquina foi descarregada na linha principal e será amplamente utilizada, desde serviços como movimentar os truques em manutenção, irá auxiliar nas manobras dos vagões, carros de passageiros e até mesmo locomotivas a vapor.

Nesse ano que se inicia, o Blog Trem Da Serra Do Rio De Janeiro vai continuar acompanhando as obras na ferrovia e trará também registros da utilização da Stolz como locomotiva manobreira.

Havia uma promessa de restauração porém só a cobertura da cabine foi substituída. Estando junto a ferrovia e todo material rodante, ela estará em melhores mãos e muito em breve começará a ser usada em pequenos serviços.

Essa publicação tem como objetivo apenas festejar em ver um bem tão importante de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído.

2 comentários:

  1. Matheus, me desculpe mas essa matéria esta cheia de informações que não condizem com a verdade.
    Você escreve que "numa manhã em março de 2022 ela foi levada embora sob ordem da Diretoria da AFPF (Associação Fluminense de Preservação Ferroviária) deixando para trás seu vagonete e a tristeza de seu guardião que pensava ter sido roubado". Bem, essa decisão foi tomada sim, mas apenas depois que o Sr. Adail Silveira apagou com tinta a logo da AFPF na locomotiva Stolz e a levou para a localidade de Pedras Ruivas, sem entretanto informar aos colegas da AFPF sobre isso.
    O Sr. Adail Silveira achava que ELE era o dono da locomotiva Stolz, quando documentos da ATA de fundação da AFPF atestavam que a máquina era de propriedade da Associação, e não de um de seus associados.
    Depois você escreve que "após tomar conhecimento sobre a traição, não foi possível chegar a um acordo com a AFPF que alega ser única proprietária da locomotiva, vale lembrar que nenhum deles esteve debaixo de chuva ou de sol, no barro ou no asfalto fazendo manutenção ou limpando a linha férrea. Não há um dia sem que o senhor Adail não lamente estar longe do trem que cuidara há tanto tempo".
    Novamente a informação não é verdadeira. Primeiro que não houve traição alguma. A AFPF retirou de Miguel Pereira a locomotiva que é de sua propriedade. Algumas semanas após a máquina ter sido levada para a Estrada de Ferro da Fazenda Mato Alto, o Sr. Adail Silveira foi informado onde ela se encontrava. O Sr. Thiago Costa, Diretor Presidente da Associação Ferroviária Melhoramentos do Brasil - AFMB foi testemunha desta conversa, que ocorreu na estação de Miguel Pereira. Neste dia, a Diretoria da AFPF informou ao Sr. Adail Silveira que a visita dele à Fazenda Mato Alto estava permitida, onde ele poderia ver e operar a locomotiva Stolz, bastando acordar com o Sr. Marcio Manela, Diretor da Estrada de Ferro da Fazenda Mato Alto os dias de visitação e uso da máquina. Nos 10 meses em que a Stolz esteve na Mato Alto, o Sr. Adail Silveira só foi uma única vez ao local ver a locomotiva.

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  2. Você diz que a "a locomotiva Stolz permaneceu escondida na Fazenda Mato Alto, localizada na zona oeste de Guaratiba". Ninguém escondeu nada. Ela na Fazenda Mato Alto recebeu manutenção que NUNCA havia recebido em Miguel Pereira e ainda trabalhou algumas vezes na reforma da ferrovia da Fazenda Mato Alto, que está trocando seus dormentes de madeira por outros de concreto.
    Você também diz que ""havia uma promessa de restauração porém só a cobertura da cabine foi substituída. Estando junto a ferrovia e todo material rodante, ela estará em melhores mãos e muito em breve começará a ser usada em pequenos serviços".
    Bem, cabe aqui esclarecer que na Fazenda Mato Alto, a locomotiva Stolz teve a colméia do radiador trocada (mais de 2/3 entupidos), recebeu novo motor de arranque, novo filtro de óleo e novo filtro de ar, recebeu chaves de liga/desliga, nova capota, teve os engates e eixos lubrificados e ainda teve o tanque de combustível retirado e limpo (provavelmente nunca havia sido limpo). E cabe aqui registrar que ela SEMPRE esteve em ótimas mãos, quando emprestada aos amigos da Estrada de Ferro Fazenda Mato Alto, em especial ao Diretor Sr. Marcio Manela e ao encarregado da Fazenda, Sr. Da Luz.
    Em fins de novembro, a AFPF foi procurada pela empresa que está realizando as obras na linha férrea de Miguel Pereira, que desejava utilizar a locomotiva Stolz para teste de lastro da linha e nas manobras dos vagões, carros de passageiros e até mesmo das locomotivas a vapor. A AFPF concordou em emprestar a locomortiva, certa de que estará contribuindo para ajudar a viabilizar o projeto do Trem Turístico do Município.
    Nossa única solicitação foi que novos itens de reforma fossem executados, como eliminar o vazamento de óleo do motor, colocação de nova bateria e realização de nova pintura, o que foi prontamente aceito pela empresa que estará responsável pela locomotiva nos próximos meses.
    Por fim, cabe ressaltar que é desejo da AFPF que a locomotiva Stolz permaneça em Miguel Pereira, incorporada a frota ferroviária do futuro Trem Turístico, cumprindo a função de auxiliar a operação e as manobras de pátio na ferrovia.
    Abraço grande,
    Ricardo Lafayette
    Presidente da AFPF

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